JEJUM

03/02/2017 20:32

INTRODUÇÃO

O Dicionarista Aurélio define a palavra Jejum como: “Abstinência total ou parcial de alimentos”.

O jejum faz parte da vida devocional do homem para com Deus . Este sacrifício consiste em ajudar a preparar o coração para um real contato com Deus, (Ed. 7:10).

O jejum provoca o desligamento do plano físico e promove o despertamento do espírito.

O corpo precisa de alimento para sua subsistência, o espírito de igual modo deve também ter a sua dieta alimentar.

Para se alimentar o espírito é necessário antes prepará-lo para receber o alimento e esse preparo nada mais é que o jejum. A carne será sacrificada para que viva o espírito.

Jesus Cristo foi sacrificado em vida para nos dar a vida, porém essa vida não é terrena é espiritual, não é limitada é eterna.

A Bíblia diz em Romanos 8:16 que: “O mesmo Espírito testifica com nosso espírito que somos filhos de Deus”; o Espírito Santo tem comunhão com o espírito somente dos filhos de Deus a Bíblia deixa claro isso, as pessoas consideradas filhos das trevas também possuem espírito pois o espírito é vida e Deus deu a todos os homens, mas esses não tem comunhão com o Espírito Santo pois não estão  voltados à Deus .

Uma das guerras mais comentadas na Palavra de Deus é a do homem consigo mesmo, ou seja, é a milícia da carne e do espírito, (Gl. 5:17; I Pd. 2:11). O maior desafio do homem é vencer esta batalha, pois ele pode vencer qualquer conflito de homem para homem mas se não vencer esse as demais vitórias serão vãs.

O jejum fortalece o espírito, e por conseguinte enfraquece os impulsos carnais. Não há melhor receita para a vitória do espírito que o jejum.

Paulo disse aos Romanos que: “ Pois os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; mas os que são segundo o Espírito para as coisas do Espírito. Porque a inclinação da carne é morte; mas a inclinação do Espírito é vida e paz. Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem em verdade o pode ser; e os que estão na carne não podem agradar a Deus”.(Rm. 8:5-8).

Quando Jesus falou para Nicodemos que lhe era necessário nascer de novo (Jo 3:3), se tratava de sua vida espiritual, na verdade o espírito de Nicodemos é que estava morto, porque a inclinação da carne é morte, e deveria ser ressuscitado ou nascido de novo, (Rm. 8:13). É necessário o jejum para a mortificação da carne e vivificação do espírito, os que estão na carne não podem agradar  a Deus  pois não são segundo a lei de Deus , somente o espírito atenta para o que é  de Deus (Rm. 7:22).

A inclinação da carne é inimizade contra Deus (Rm. 8:7) e amizade ao mundo (Tg.4:4), nisso o espírito está morto.

Vimos que o Espírito Santo comunica com os filhos de Deus (Rm. 8:16), e Paulo ainda diz que quem não tem o Espírito de Cristo esse tal não é Dele (Rm. 8:9), porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus esses são Seus filhos, (Rm. 8:14).

É óbvio que o novo nascimento se dá    no encontro do homem à Cristo , o jejum não promove o novo nascimento, ele apenas dá continuidade e maior capacidade para essa nova vida.

Veja esse texto de Romanos capítulo 7 e versos 5 e 6:

“ Pois, quando estávamos na carne, as paixões dos pecados, suscitadas pela lei, operavam em nossos membros para darem fruto para a morte. Mas agora fomos libertos da lei, havendo morrido para aquilo em que estávamos retidos; para que sirvamos em novidade de espírito, e não na velhice da letra.”

Após o encontro com Cristo e recebido o novo nascimento não se produzirá frutos para a morte, pois se há nova vida em Cristo a razão humana é dispensada dando lugar ao sentimento sobressaído do coração de Deus e depositado no coração do homem, amadurecendo as virtudes do Espírito em sua vida e caráter, (Gl. 5:22).

“E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências. Se vivemos pelo Espírito, andemos também pelo Espírito”.(Gl.5:24-25). Tudo isso gira em torno do jejum.

A Bíblia nos dá uma vasta lista sobre as finalidades e propósitos do jejum.

Os grandes homens de Deus no V.T. e no N. T., viveram adornados pelo jejum, por isso foram bem sucedidos em todos os seus propósitos segundo a vontade do Senhor.

Jejuns foram proclamados para vários fins, vamos estudar alguns deles para um aproveitamento melhor desse vasto assunto.

Vamos separar esse estudo em três partes, cada parte como uma pergunta para entendermos melhor os propósitos do jejum, veja:

1ª) Quando jejuar?

2ª) Jejum de que forma?

3ª) Para que jejuar?

 

1º) QUANDO JEJUAR?

a)Na Tristeza.

O povo de Israel se encontrava muito triste pelo fato de a Arca do Senhor se encontrar fora da sua terra já por vinte anos (I Sm 7:2), porém o profeta Samuel, homem consagrado à Deus, sabia como deveria o povo proceder para reconquistá-la e seus corações se alegrarem.

Samuel ordenou que tirassem os ídolos do meio do povo, se convertessem, orassem e é  claro jejuassem. Naquela época estavam também sendo oprimido pelos Filisteus mas não tiveram outra resposta da parte de Deus pelo seu arrependimento, a vitória sobre eles foi certa.

O jejum teve papel importante nessa conquista, com esse ato eles demonstraram a sua atenção para as coisas de Deus, e é isso que Deus espera do homem, doutra maneira Samuel não poderia dizer: “Até aqui nos ajudou o Senhor” (I Sm 7:12).

Nos tempos de Moisés Deus tinha escolhido para Si um lugar, era a Arca do Senhor revelada à Moisés (Ex. 25:10) e feita por Bezaliel (Ex. 37:1), essa arca ficava dentro do tabernáculo (Ex.40:3) no lugar santíssimo (Ex. 26:33), onde só Moisés podia entrar. Hoje Deus separou a igreja, como templo é o tabernáculo e o púlpito é o lugar santíssimo de onde Deus se manifesta através da sua Palavra. A igreja como pessoa é o templo do Espírito de Deus, o coração é o lugar santíssimo e a arca é o trono do Espírito Santo dentro dele.

Portanto se a pessoa se encontra triste pela falta da presença de Deus é necessário que ela jejue para que a carne seja mortificada como fez o povo de Israel no tempo de Samuel e Deus conceda a vitória, e a Arca do Senhor esteja no lugar certo, que é o coração do homem.

Davi certa feita foi repreendido duramente pelo profeta Natã, pelo fato de ter adulterado e assassinado indiretamente a um homem (II Sm 12:9), Deus o sentenciou de várias maneiras e prometeu-lhe alguns castigos, dentre os quais a criança da mulher com quem Davi adulterou morreria, (II Sm 9:14).

Davi se entristeceu, porque o pecado não dói, o que dói são as suas conseqüências, Davi se pôs a jejuar pela criança que estava enferma, e jejuou por 7dias, no sétimo dia  a criança morreu, porém Davi se alegrou, não pelo fato da morte da criança e sim porque a ira de Deus se passara e seus momentos de tristeza também.

Porque Davi jejuou tanto aqueles dias? Certamente porque ele queria demonstrar a Deus que necessitava e dependia Dele, que o seu coração estava triste e arrependido, Davi queria que Deus se compadecesse da criança, Deus não o fez, mas o efeito do jejum no coração de Davi foi imediato após a morte da criança.

O pecado é uma das maiores fontes de tristeza na vida do homem, o homem sem Deus é triste e não tem paz, o pecado separa o homem de Deus, (Rm. 3:23), mas no tempo da graça em que vivemos há ainda como se justificar, há um Advogado de plantão para ouvir as confissões (I Jo 2:1), mas como o homem voltará a sua atenção para esse advogado, como o homem se  desligará da carne? Jejuando.

Na verdade não há homem que não peque (II Cr 6:36), por isso existem armas contra o pecado e uma delas é o eficaz jejum.

Veja o caso do rei Dário, rei Medo que foi iludido com palavras lisonjeiras, (Dn 6:7- 9) e assinou um decreto, que por conseqüência condenou a Daniel à cova dos leões, o rei gostava muito de Daniel e com isso se entristeceu sobremaneira o seu coração, Dário não fazia parte do povo de Israel, porém cria no Deus de Israel (Dn 6:16) e passou a noite em jejum (Dn 6:18), a favor de Daniel, a resposta ao jejum desse rei gentio foi igual a de Davi e a de Israel pela Arca, Deus livrou a Daniel da cova dos leões, quanto a Davi, ele  se redimiu, e se alegrou grandemente, (Dn 6:13).

Deus respondeu ao jejum de um rei gentio, para nos demonstrar o poder que há no jejum independentemente do seu praticante, Deus quer ver no homem a sua dependência Dele, Dário era um rei sobre uma grande nação era o maioral, porém não podia fazer nada por Daniel seu amigo, a lei que ele assinara não se podia revogar, mas ele se voltara ao Deus de Daniel com jejum e Deus lhe deu a vitória, por que Dário dependeu Dele. O jejum mostra a dependência humana para Deus, quanto mais o homem jejua mais  se mostra dependente das coisas de Deus, sedento pelos mistérios do Espírito, isso certamente agrada à Deus.  

b) Na Angústia

Quão grande angústia tomara conta do rei Davi, e em meio a essa angústia o Espírito Santo o inspirou a compor o Salmo 69, e no versículo 10 ele diz: “Chorei e castiguei com jejum a minha alma” ... ; este Salmo relata os sofrimentos do rei Davi e prefiguram os de Jesus.

Davi estava sofrendo rejeição, vergonha e isolamento por causa do seu zelo pela obra e pela causa de Deus (Sl 69:6-9), inconformado clama por avivamento espiritual e a santificação do povo (Sl 69:9-11). 

Muito disso tem acontecido nos dias de hoje, quantas pessoas tem se angustiado por verem a obra e a casa de Deus caminhando a passos largos em rumo do relaxamento espiritual, mas o que se deve fazer é o mesmo que Davi fez, castigou a sua alma com jejum, tão intenso deve ter sido este jejum.

Este Salmo sendo uma descrição real dos sentimentos de Davi, ou uma prefiguração dos que Jesus também passaria, o importante é que Davi sacrificou a sua carne para atestar através do seu sangue a restauração da humanidade, o jejum de Davi, e o de Jesus houve efeito, por isso é que se deve jejuar na angústia, Davi disse: “Clamaram ao Senhor na sua angústia e Ele os livrou das suas necessidades”  (Sl 107:6,13,19).

No Salmo 109 e verso 24 ele disse: “De jejuar está enfraquecidos os meus joelhos, e a minha carne emagrece”. Aflições sobre aflições sofria este rei, era um homem temente a Deus e neste Salmo ele demonstra sua inconformidade quanto a  injustiça e a delinqüência na sociedade, ele clama por uma justiça imparcial, e lógico que esta oração só será respondida quando Cristo estabelecer seu Reino, mas uma virtude que todo homem que crê em Deus tem é a esperança viva (I Pd 1:3) de que todos os problemas podem ser resolvidos.

Nesse caso Davi disse em sua oração que já se encontrava fraco mediante a constância do seu jejum, é o que devemos fazer também , enquanto não obtivermos a solução para os nossos problemas, a resposta para as nossas dúvidas, o bálsamo e o refrigério na angústia, devemos descer à casa do oleiro, orar à Deus  e jejuar perseverantemente até que nos advenha a resposta do Senhor.

O Salmista ainda diz: “Dá-nos auxílio para sairmos da angústia, porque vão é o socorro da parte do homem” (Sl 108:12).

A melhor maneira de sair da angústia  é orando e jejuando.

Vale lembrar que a Igreja está aguardando o Noivo desejado que por planos divinos foi tirado da terra, e as palavras de Jesus para essa situação é : “Dias, porém virão em que lhes será tirado o esposo, e então jejuarão (Mt 9:15b) , será que existe angústia maior que a de um casal que se ama, com um amor Ágape, ter de por um motivo ou por outro se separarem? A igreja vive esses dias, e por isso deve viver em jejum, deve demonstrar que anseia e deseja o retorno do seu esposo para consolidar os planos, para viver eternamente ao lado Dele.

Esses dias de angústias passarão, mas devem ser vividos em constante jejum.

Jesus sacrificou a sua vida para nos dar a vida, agora devemos nos sacrificar para dar-lhe a nossa vida.

 

2º) JEJUM, DE QUE FORMA?

a) Com Alegria

Um detalhe muito importante é a alegria. Normalmente quando se jejua há pessoas que se deixam cair o semblante e não falam com ninguém.

O que provoca um semblante caído, é a angústia e a tristeza e não o jejum, o  jejum é para se mudar a situação  em que a pessoa se encontra, por isso Deus disse ao povo de Judá através do profeta Zacarias: “Assim diz o Senhor, o jejum do quarto, do quinto, do sétimo e do décimo mês será para Judá, gozo, alegria e festividades solenes: “amai pois a verdade e a paz”. (Zc 8:19).

Naquela época, datada entre 520 à 518 a.C., o povo ainda estava trabalhando na construção do templo porém, estavam desanimados, por isso, Deus usou o profeta para lhes anunciar as promessas de Benção e lhes apregoar os tempos de jejum em função da obra para a elevação dos seus espíritos.

Eles estavam de semblantes caídos, pois estavam construindo o templo e queriam a presença do Messias nele, quão grande era as suas ansiedades e a melhor maneira para os reanimarem foi a do jejum proclamada pelo profeta. O jejum aí teria a função de edificar, consolar, animar, levantar, alegrar enfim, menos abater o semblante.

A alegria faz a diferença entre os homens, como se pode dizer para alguém sobre a onipotência de Deus sobre qualquer problema se a tristeza é demonstrada pela própria pessoa.

Quando há alegria refletida no rosto do cristão, as pessoas vêem a diferença e sabem que há algo sobrenatural na sua vida, pois para viver com o rosto alegre nos dias maus deste mundo decadente é só provindo do Espírito, e para se ter o Espírito é necessário a abnegação carnal e o jejum.

Deus ainda disse ao povo de Judá: “muitos povos, e poderosas nações virão  em Jerusalém buscar ao Senhor e suplicar  suas benção” (Zc 8:22). Porque eles viriam a Jerusalém? Porque certamente como conseqüência do jejum do povo veriam nele a alegria que só o Deus de Israel pode promover.

A igreja que jejua constantemente, e ora com perseverança é uma igreja formosa, alegre e atraente, as pessoas vêem nela a diferença entre o caráter cristão e o caráter mundano e pecador. A alegria estampada no rosto da igreja é um convite para os que estão de fora observando a sua procedência (Hb 12:1).

Portanto o jejum levanta o ânimo desfigurado, e não desfigura o ânimo levantado.

O jejum é oculto, é voltado e oferecido a Deus (Mt 6:18) não é motivo de engrandecimento, se for dessa maneira é vão (Mt 6:16). O jejum é o que favorece a ligação do espírito do homem ao Espírito de Deus, de nada se aproveita se anunciado a outro homem que também depende do Senhor. A recompensa vem de Deus que te vê em oculto (Mt 6:18), e conhece a necessidade do teu espírito. É um segredo entre o homem e Deus.

b) Como Adoração

Havia  em Jerusalém uma mulher profetisa chamada Ana, era viúva de quase 84 anos (Lc 2:36-37), mas veja o que diz mais sobre essa mulher: “e não se afastava do templo, servindo a Deus em jejuns e orações de noite e de dia”. (Lc 2:37b ).

José e Maria levaram Jesus para ser apresentado no templo em Jerusalém, e ali encontraram um homem temente à Deus e que esperava a redenção de Israel, era Simeão, que se alegrou ao ver a tão esperada salvação nos braços de Maria, ele se alegrou sobremaneira e orou a Deus em forma de agradecimentos, e na mesma hora apareceu a velha profetisa de Deus, era pregadora do reino de Deus e quando viu Jesus deu graças  ao Senhor. (Lc 2:38).

Que exemplo para nós nos dá essa mulher, uma senhora de quase 84 anos não se afastava do templo e servia a Deus dia e noite jejuando e orando, pregava o reino dos céus à todos em Jerusalém. Ela viu o messias. 

Será que sem a oração e o jejum dessa mulher ela conseguira proceder dessa maneira? O jejum e a oração é que fortalece, ela estava avançada em idade concernente ao seu corpo físico, mas o seu espírito era renovado a cada dia pelo jejum, ela tinha muita virtude para servir ao Senhor, a sua vida era adorar a Deus  e para isso ela jejuava e orava.

Quantos servos de Deus servem  e não alcançam tudo que almejam. O que mais devemos almejar é nos encontrarmos com o Senhor, por isso servimos à Ele com seriedade e verdade.

Essa mulher servia à Deus com total devoção por isso ela viu o messias. Servia à Deus em espírito e em verdade (Jo 4:23), e usava o método da oração e do jejum para adorá-Lo. O seu prazer era adorá-Lo, seu dever era pregar a Sua palavra, e sua devoção era orar e jejuar, conclusão, contemplou com os seus olhos aquele que até então ela servia por fé.

Que exemplo de fé, onde ela encontrou essa fé? No jejum e na oração.

Quantos servem à Deus com diligência, mas de repente caem na fé certamente é porque pararam de orar e de jejuar e quando isso acontece torna-se difícil crer num Deus invisível mesmo que ele se apresente nas suas obras.

“Um certo homem sábio atravessava o maravilhoso deserto do Saara com um guia e após uma longa caminhada, ao contemplar o pôr-do-sol, o guia parou e se ajoelhou, percebendo essa atitude o sábio perguntou-lhe:

— Que estás fazendo?

— Orando. — Respondeu o guia.

— Orando, orando à quem? — Insistiu o sábio.

— A Deus.— Respondeu com satisfação o guia.

— A Deus? Você já O viu? Já O tocou? Já O ouviu falar alguma vez?

— Não — Respondeu o guia.

— Que homem tolo — Disse o sábio — Orando a um Deus que não vê.

Pararam ali e armaram a tenda para passar a noite, ao amanhecer o sábio saiu da tenda e disse:

— Um camelo rodeou a tenda esta noite.

— Um camelo?— Perguntou o guia — O senhor o viu? O senhor o tocou? Ou o senhor o ouviu?

— Não — Respondeu o sábio.

— Homem tolo, que crê num camelo que nunca o viu,  nunca o tocou e nunca o ouviu. — Disse o guia.

— Mas estou vendo as suas pegadas homem — disse o sábio frustrado.

— Então o senhor crê que um camelo esteve aqui por causa dessas pegadas, e não crê na existência de Deus que criou o camelo? — Falou o guia”.

Sem jejum e oração não há fé.

b) Jejum como Exemplo:

O jejum dentre outros itens faz parte da vida exemplar do cristão fiel. Se não há um propósito para se jejuar, então deve-se jejuar somente para ser o exemplo, (II Co. 6:5); somente por esse motivo.

Os jejuns proclamados na Bíblia em toda sua extensão não partiam do povo, vinham dos líderes espirituais do povo, eles proclamavam os jejuns pois deveriam ser o exemplo para os demais.

Nós da mesma forma, a retidão na Palavra de Deus abrange todos os ensinamentos e não só aqueles que são convenientes. Há uma dificuldade muito grande em jejuar, poucos são os crentes que jejuam constantemente, porém o espírito incessantemente clama por jejum, e a carne por sua vez o impede, (Rm. 7:19), isso impulsiona o homem a deixar alguns detalhes da Bíblia tais como, a fidelidade do Cristão.

O jejum tem uma grande participação na vida do homens de Deus que é coisa tremenda, é realmente algo maravilhoso, porém é pouco evidenciado este tema ( o jejum) nas igrejas, fala-se em dons, em poder, mas não se fala que é através do “jejum” e da oração que se alcança estas misericórdias de Deus. O jejum torna real as maravilhas do Senhor  em nossos dias.

O que fez Josafá ao contemplar os moabitas e os amonitas, (II Cr. 20), ele imediatamente buscou ao Senhor e apregoou um jejum em toda Judá (II Cr. 20:3), Josafá como rei de Judá colocou-se em seu lugar e deu exemplo de fidelidade ao povo, como resultado em rumo a batalha ele não precisaram lutar, Deus pelejou por eles e matou a todos os seus inimigos.

E se Josafá não tivesse a iniciativa de buscar ao Senhor em jejum, o que teria acontecido.

O que dizer então da rainha Ester, que desafiou as leis do reino do rei Assuero, (Et. 5), todos os judeus das 127 províncias desse rei iriam morrer sem ter chance sequer de se defenderem, era uma diabólica conspiração e a única esperança era Ester, mulher temente à Deus . Quando chegou ao seu conhecimento tudo isso e que somente ela podia fazer algo para mudar os planos do inimigo, concluiu que todos deveriam jejuar, inclusive ela e suas servas, todos jejuariam a seu favor por três dias, pois estaria correndo risco de vida, naquele reino não era permitido entrar na presença do rei sem ser convocado, até mesmo a rainha, para esse ato a sentença era a morte, (Et. 4:11), ela desafiaria esta sentença.

Dela partiu a proclamação do jejum, ela se pôs como exemplo diante de todo o povo, usou a fé e entrou na presença do rei, e Assuero estendeu a ela seu cetro de ouro, (Et. 5:2), este era o sinal usado pelos reis para absolver da sentença de morte a pessoa em questão. O poder do jejum move o coração  de qualquer rei e presidente de qualquer nação,  Ester nos deu esse exemplo.

O que Paulo poderia dizer sobre dar exemplo no jejum (II Co 6:5) se ele não fosse o exemplo.

 

3º) PARA QUE JEJUAR

a) Para a Guerra

Josafá, jejuou porque estava às vésperas de uma guerra e ele sabia que não tinha como vencê-la (II Cr 20), buscou ao Senhor e jejuou com todo o povo de Judá, eles queriam a vitória, eles não jejuaram na guerra mas jejuaram antes dela, o jejum apesar de muitos não notarem teve um papel de suma importância no agir de Deus naquela ocasião pois para vencer uma guerra sem precisar lutar é necessário o mover de Deus, e para haver o mover de Deus é necessário buscá-lo e jejuar como fez Josafá.

Hoje já não temos que guerrear fisicamente, a nossa batalha é contra o diabo e a suas ciladas (Ef 6:12), há homem superior ao diabo? Jamais, em carne não há, o diabo é espírito e o espírito é superior a carne. Não há como vencer o diabo se  não houver jejum e oração (Mt 17:21).

Mil cairão ao nosso lado dez mil a nossa direita mas nós não seremos atingidos disse o Salmista (Sl 91:7), muitos tem caído mesmo, vivemos em dias que o diabo sabendo que seu tempo está findando tem investido de todas as formas para derrubar, para fazer cair o Cristão, e infelizmente temos visto isto acontecer a nossa volta, essas pessoas tem caído pela escassez da oração e do jejum, não podemos esquecer que estamos alistados para uma guerra espiritual e que a nossa armadura de igual modo deve também ser espiritual (Ef 6:13), e para adquiri-la é necessário buscá-la espiritualmente e a melhor e mais eficaz maneira de se fazer isso é com o jejum e a oração.

Josafá venceu porque buscou ao Senhor e jejuou, nós podemos vencer também toda e qualquer casta de demônio, qualquer potestade do mal, qualquer principado demoníaco, se fizermos como fez Josafá.

Muitos são derrubados ao nosso redor, mas se perseverarmos na oração e no jejum permaneceremos firmes e constantes até a volta de nosso Senhor.

b) Para o Arrependimento

Jerusalém desolada perseguida e destruída, por povos sanguinários por 70 anos. Até que Ciro rei da Pérsia permitiu os exilados judeus retornarem a Jerusalém para reedificarem o templo em 538 a.C. (Ed.1:1-11), por meios políticos, inimigos de Judá tentaram interromper a obra e conseguiram por algum tempo (Ed. 4), mas depois começaram  a obra novamente e o templo foi concluído em 516 a.C. (Ed. 5 e 6).    

O povo voltou a sua terra, e o templo foi concluído, mas a cidade estava desprotegida pois os muros ainda estavam em ruínas. Neemias foi o homem escolhido para sua reedificação, ele sentiu o toque do Espírito de Deus e angustiou-se ao ver os muros daquela maneira ( Ne 1:3-4).

Como homem temente à Deus, governador por 12 anos, foi autorizado pelo rei Artaxerxes para vigiar e edificar os muros da cidade, chegando lá ele promoveu um grande avivamento e pôde concluir a reedificação dos muros em 52 dias. (Ne 2:8; 6:15).

Esta é uma síntese da historia contida em Esdras e Neemias, que nos fala sobre a reedificação de Jerusalém e de seus  muros, mas o assunto que estamos tratando o que tem a ver com tudo isso? Na verdade a resposta se encontra em (Ne 9:1) onde Neemias proclamou um jejum para todos os filhos de Israel para um dia de consagração à Deus.

A cidade estava reedificada com seus muros, mas de que proveito tudo isso teria se o povo não se arrependesse de seus pecados, certamente nenhum pois Deus logo enviaria  outro opressor e desolaria aquela cidade novamente. Mas  Neemias homem espiritual compreendia tudo isso e por esta  causa proclamou naquele dia um jejum para o arrependimento dos pecados e oraram e leram o livro da lei de Deus.

Porque eles deveriam jejuar, não era só se arrepender, o fato é que o jejum demonstra o desligamento do físico e promove a junção espiritual entre o espírito humano com o Espírito Santo, para o povo se arrepender com palavras seria fácil, mas para demonstrarem sua ansiedade pela atenção de Deus era só com o jejum.

Por isso é que o profeta Joel, proclamou jejum (Jl 1:14), ele estava vendo que logo haveria outra invasão e por conseguinte  uma vasta destruição  (Jl 1:1-12).

 Mais uma vez era necessário o arrependimento do povo  acompanhado do jejum. O livro de Joel não registra nome de reis, pois nesta  época ou seja após o retorno dos exilados à Jerusalém e a sua reedificação não havia reis,  melhor dizendo, não havia rei na ativa, talvez nessa época seu rei era Joás, mas esse tinha 7 anos de idade e por isso permanecia sob a orientação do sumo sacerdote Joiada (II Re 11:21).

A Bíblia diz que quando não havia rei em Israel cada um fazia o que achava certo (Jz 17:6 ; 18:1 ; 19: 1 ; 21: 25), porém  Paulo disse que tudo é lícito mas nem tudo convém e edificam (I Co 10: 23), por isso havia mais uma necessidade do jejum e do arrependimento, profetizado por Joel, o pecado corrompia novamente porém o povo atendeu e voltou a Deus santificando um jejum para o arrependimento. Deus certamente se alegrou pois moveu o profeta Joel a dizer que derramaria do seu Espírito como nunca foi derramado, (Jl 2: 28), esta é a verdadeira conseqüência do jejum no arrependimento, imediatamente há um renovo espiritual tal como nunca a pessoa havia sentido.

Até para o povo de Nínive Deus teve misericórdia quando creram na pregação de Jonas, se arrependeram e proclamaram um jejum (Jn. 3:5), que dirá nós que somos a geração eleita, o sacerdócio real, a nação escolhida e o povo adquirido de Deus(I Pe. 2:11), se apresentarmos um jejum à Deus para arrependimento.

Arrependimento não é arrependimento se não for acompanhado de jejum.

c) Para a Direção

Voltemos para a história de Esdras, após apresentar a grande lista dos que voltaram com ele de Babilônia, (Ed. 8:1-20) disse Esdras:

“Então apregoei ali um jejum, junto ao rio Aava, para nos humilharmos diante da face de nosso Deus para lhe pedirmos caminho direito para nós, e para nossos filhos e para toda a nossa fazenda”. (Ed. 8:21).

A  resposta dessa oração foi imediata (Ed. 8:23), veja que Esdras queria caminho direito , ou seja, direção para todo o povo sob sua liderança, e qual foi atitude dele em pedir a Deus essa direção, apregoa um jejum.

O homem que realmente teme a Deus, e O ama anda somente na sua direção como fez Esdras, talvez muitos peçam direção a Deus sem jejuar, se for reto o coração  certamente Deus responderá, porém o tempo ficará em Seu critério, já com o jejum aprendemos nessa lição que a resposta vem imediata e isso só facilita a continuação do que se está fazendo. Vemos isso aplicado na história da igreja de Antioquia (At 13:1), naquela igreja haviam alguns profetas e doutores,  a Bíblia diz que eles serviam ao Senhor, e certo dia quando estavam jejuando, o Espírito do Senhor deu-lhes uma direção para algo, era para que enviassem a Paulo e a Barnabé  a Chipre (At 13:2-3). Mais uma vez vemos a atuação e providência de Deus mediante ao ato da oração e do jejum, aqueles homens eram sábios e doutores, eles poderiam muito bem decidir o que fazer com Saulo e Barnabé, como muito se faz hoje, pessoas são colocadas ou tiradas do ministério por decisões meramente humanas, mas aqueles homens temiam ao Senhor, e esta é a verdadeira sabedoria (Pv. 1:7), muitos propósitos tem o homem, mas prevalece o conselho do Senhor (Pv 19:21), os passos do homem devem ser dirigidos pelo Senhor (Pv 20:24ª), o verdadeiro sábio é aquele que conhece, ama e pratica a palavra de Deus, e estes homens certamente faziam assim pois estavam orando e jejuando para que Deus lhes desse a direção.

Se aqueles homens não tivessem orado e jejuado certamente não teriam enviado a Paulo e a Barnabé e por conseqüência estes não teriam repreendido a Barjesus e Sérgio Paulo não teria crido na doutrina do Senhor (At 13: 12), eles não teriam pregado na Antioquia da Psidia e os gentios daquela cidade não creriam e glorificariam a palavra do Senhor (At 13:48), não teriam ganho  uma grande multidão de gregos e judeus (At 14:1), não teriam curado o coxo de nascença  em Listra (At 14: 10), e não teriam feito muitos discípulos em Derbe (At 14:21), quão grande obra teria sido retardada se os doutores de Antioquia não tivessem em jejum e oração para receberem a direção de Deus.

d) Para a Capacitação

Um fato importante na vida cristã é a capacitação para o ministério, muitos estão lá sem capacidade, e a resposta para isso é uma só, não há capacidade por que não houve preparo e não há preparo sem jejum e oração.

Isso nos ensina o Senhor Jesus, este foi designado para um ministério, portanto desceu do Seu trono, deixou o esplendor de Sua Glória, se fez menor que os anjos, igualou-se aos homens humanizando-se, a partir daí deixou sua Divindade. E como todo homem partiu do princípio para que tivesse o êxito que teve. Na 1ª fase de sua preparação batizou-se nas águas, (Mt 3:16), como submissão as ordenanças de seu Pai, e logo após foi se preparar para o ministério. O que Ele fez,  separou-se de todos e se dedicou tão somente ao jejum e a oração no deserto, (Mt 4:1-11), Ele jejuou por 40 dias e 40 noites, pois sabia que era necessário esse preparo para que o fosse capacitado.

Nestes 40 dias de jejum e oração como preparo diz a Bíblia que em todos ele foi tentado pelo diabo, (Mc 1:13, Lc 4:2), esta foi a sua 2ª fase de preparação que é a do jejum e oração, a 3ª fase foi a de conhecimento Bíblico onde Ele debateu passagens Bíblicas com o diabo e o venceu tranqüilamente, isso porque ele estava em jejum e oração, (Mt 21:17).

Se dentro desses 40 dias Jesus não tivesse orado e jejuado por conseguinte vencido o diabo, qual seria o resto da sua trajetória na terra como homem? Será que Ele teria feito discípulos, (Mt 10), teria nos dado o Sermão da Montanha, teria feito inúmeras curas, teria apaziguado a tempestade, teria expulsado demônios, teria nos ensinado por parábolas, teria multiplicado os pães, teria ensinado a verdade sobre o sábado, sobre o divórcio, sobre os ricos, teria purificado o templo, teria dado o sermão profético, Ele teria a capacidade de morrer por nós? (Mt 26:42).

Vou deixar essa resposta para você fazer, essa pergunta é direcionada à pessoa de Jesus como “homem” e não como “Deus”.

Toda preparação e capacitação tem um princípio e esse princípio é o jejum e a oração. 

O JEJUM QUE DESAGRADA À DEUS

Infelizmente até num ato tão sagrado como é o jejum existem pessoas que conseguem desagradar a Deus, o jejum existe para proporcionar uma maior aproximação do homem à Deus, para se obter uma comunhão mais íntima com o Espírito Santo e não para separar o humano do Divino, porém com certas atitudes o crente que jejua pode tranqüilamente fazer com que isso aconteça.

O profeta Isaías disse algo ao povo ímpio de Israel acerca desse tipo de jejum praticado por eles:   

 “Por que temos nós jejuado, dizem eles, e tu não atentas para isso? por que temos afligido as nossas almas, e tu não o sabes? Eis que no dia em que jejuais, prosseguis nas vossas empresas, e exigis que se façam todos os vossos trabalhos.

 Eis que para contendas e rixas jejuais, e para ferirdes com punho iníquo! Jejuando vós assim como hoje, a vossa voz não se fará ouvir no alto.

 Seria esse o jejum que eu escolhi? o dia em que o homem aflija a sua alma? Consiste porventura, em inclinar o homem a cabeça como junco e em estender debaixo de si saco e cinza? chamarias tu a isso jejum e dia aceitável ao Senhor?

 Acaso não é este o jejum que escolhi? que soltes as ligaduras da impiedade, que desfaças as ataduras do jugo? e que deixes ir livres os oprimidos, e despedaces todo jugo?

 Porventura não é também que repartas o teu pão com o faminto, e recolhas em casa os pobres desamparados? que vendo o nu, o cubras, e não te escondas da tua carne?”

(Is. 58:3-7).

O jejum desse povo entristecia a Deus porque buscavam interesse próprio enquanto havia muitos necessitados e sem auxílio, foi por causa como essa que Jesus disse: “Misericórdia quero e não sacrifício”,(Mt. 9:13ª); o jejum é um dos maiores sacrifícios que o homem pode fazer para demonstrar dependência de Deus, porém ele se torna vão e desagrada ao Senhor quando o seu praticante não pratica primeiramente o amor ao próximo  e era esse  o caso daquele povo, Jesus com essa palavra não invalidou o poder ou efeito nem a prática do jejum porém evidenciou a sua nulidade caso não exista o amor.

Deixou bem claro o Apóstolo Paulo sobre a prática do amor quando disse:

“ Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o címbalo que retine.

 E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.

 E ainda que distribuísse todos os meus bens para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.” (I Co. 13:1-3). Com o amor o jejum se torna aprazível a Deus .

O profeta Zacarias também foi movido por Deus para repreender os sacerdotes e todo o povo de Jerusalém que jejuavam sem dar atenção ao que o Senhor falava, e praticavam injustiças por isso Deus falou através do profeta: “Quando jejuastes, e pranteastes...; durante estes setenta anos, jejuastes vós para mim, mesmo para mim?”,(Zc. 7:5); Deus não estava na época cobrando sacrifícios ou especificamente o jejum, estava cobrando o juízo verdadeiro, a piedade e a misericórdia, (Zc.7:9).

O resultado de um jejum praticado sem retidão e justiça é este:

“...;assim também eles clamarão, mas eu não ouvirei, diz o Senhor dos Exércitos”.  (Zc. 7:13b ).

Outro tipo de jejum que muito desagradava a Deus era o apresentado pelo fariseu, como o da parábola de Lucas 18:11-12, este jejuava duas vezes por semana porém sua personalidade era altiva e hipócrita quanto a sua humildade, sendo que na oração feita por ele não houve petição de misericórdia por humilhação, ele se colocou no lugar de justo e não  de pecador, por esse motivo era feito em vão seus jejuns, pois estavam entristecendo a Deus, era sacrifício de tolo. Logicamente isto nos conta uma parábola mas sabemos que elas devem ser interpretadas e trazidas para a nossa vida a fim de agirmos conforme nos é ensinado, e neste caso o jejum é o nosso assunto, foi feito de maneira errada na parábola portanto aprendemos que não devemos praticá-lo na história da vida real.

 

O JEJUM PARCIAL

Já vimos que a definição de jejum é a abstinência   total ou parcial de alimentos, ou seja, é uma privação voluntária de cada pessoa por isso é que existem dois tipos de jejum o parcial e o total.

O jejum total como o próprio nome diz é completo, quando é feito deve haver a privação de tudo, seja líquido ou sólido quanto a alimentação.

O jejum praticado pelo povo de Israel era completo, feito no mínimo por 24 horas, era iniciado às 18:00 horas de um  dia e encerrado  às18:00 horas do dia seguinte, isso quando não era prolongado. Não é necessário fazer exatamente como eles faziam apesar de ser o melhor exemplo, pois nem todos tem fisicamente esta capacidade. Segundo o que aprendemos, sabemos que o nosso organismo leva cerca de 3 horas para concluir uma digestão e é a partir dessas horas que deve-se apresentar o jejum, ou seja, a pessoa fez uma refeição logo após não se deve ingerir mais nada seja líquido ou sólido durante  3 horas para que haja a digestão completa, concluída as 3 horas ela pode imediatamente iniciar o seu jejum.

O jejum parcial é feito da mesma maneira quanto ao horário, porém esse é acompanhado por uma dieta alimentar, essa dieta logicamente é de frutas, verduras e legumes, totalmente natural.

Esse jejum na maioria das vezes é feito por pessoas que não são acostumadas a jejuar e por isso são cautelosos quanto a preservação de sua saúde, e outros porque sua saúde já se encontra comprometida.

Vemos um exemplo de jejum parcial no livro de Daniel 1:12:

“Experimenta, peço-te, os teus servos dez dias; e que se nos dêem legumes a comer e água a beber”.

Os  quatro jovens hebreus estava exilados na Babilônia, porém viviam no palácio de Nabucodonozor para serem educados segundo a cultura dos caldeus  portanto Daniel pôs em seu coração que ele, Hananias, Misael, e Azarias não se contaminariam com o manjar real. Estes jovens por serem cheios das virtudes do Espírito Santo sabiam que por ser uma nação idólatra tudo, inclusive   os alimentos eram consagrados aos seus deuses, então a única solução que encontraram foi partirem para o jejum parcial, o qual lhes foi permitido pelo despenseiro da corte, (Dn. 1:11), após Daniel ter lhe feito um desafio, (Dn. 1:13); e por 10 dias foi experimentado este jejum baseado em legumes e água enquanto todos os demais jovens do palácio participavam do manjar do rei, ao fim dos 10 dias o resultado foi glorioso como nos conta o verso 15 do capítulo 1º de Daniel, onde os jovens hebreus estavam mais gordos e  mais formosos que todos os outros e por isso foi oficializado o seu jejum parcial pelo despenseiro (Dn. 1:16), e como recompensa a fidelidade desses jovens Deus lhes deu conhecimento e inteligência em todas as letras  e deu além disso entendimento em sonhos e visões a Daniel, (Dn. 1:17). E dentre todos que estavam naquela corte de Nabucodonosor não foram achados tais como eles, por isso foram promovidos a assistirem diante do rei (Dn. 1:19).

O jejum destes jovens foi parcial, porém a intenção de seus corações agradara a Deus por isso foram eficazes em seus propósitos, e este deve ser também o principal objetivo de todo aquele que jejua e ora, agradar a Deus é o importante, estes jovens foram bem aventurados em terra estranha porque antes de tudo temiam a Deus e viviam em jejum e oração, deram exemplo de temor ao Senhor quando Sadraque que era  Hananias; Mesaque que era Misael; e Abednego que era Azarias não se prostraram diante da estátua feita pelos caldeus, (Dn. 3:12), e por conseqüência foram lançados na fornalha de fogo, (Dn. 3:21); temos o exemplo também de Daniel  que não deixou de orar quando foi proibido, (Dn. 6:11), e por esse motivo foi lançado na cova dos leões, (Dn. 6:16); porém tanto os três jovens como Daniel foram salvos nesse atentado, (Dn. 3:26; 6:22), Deus os livrou por mérito a sua fidelidade e do temor em seus corações, e consequentemente eram aptos a jejuar tanto parcial como totalmente pois agradavam a Deus, e tinham certeza que seus sacrifícios eram aprazíveis ao Senhor.

Outra dieta alimentar muito interessante foi a de João Batista, que se alimentava de mel silvestre e gafanhotos, (Mt. 3:4), foi um homem cheio do Espírito Santo e consagrado a Deus desde o seu nascimento, (Lc. 1:15), teve a honra de preparar o caminho para o Senhor Jesus, (Mt. 3:11), e de batizá-LO,(Mt. 3:15). Apesar de sua estranha forma de se alimentar, era louvável pois independente disso era homem temente a Deus, em tudo foi fiel, testemunhou acerca de Cristo (Jo. 3:25-36); foi preso e decapitado por amor ao evangelho, (Mt. 14:3-12), este foi mais um exemplo de que antes de apresentar um sacrifício a Deus devemos ser fiéis a sua Palavra devemos temê-LO acima de tudo, como foram os quatro jovens hebreus, e como foi João Batista, assim poderemos entender melhor o ensino de Jesus:  “Ide, pois, e aprendei o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifícios. Porque eu não vim chamar justos, mas pecadores”. (Mt. 9:13).

CONCLUSÃO

Esse assunto é muito vasto, cada item  pode ser bem discutido e aproveitado nos seus mínimos detalhes, mesmo assim ainda existirão argumentos para se colocar em pauta.

Uma coisa é lógica, o jejum em si não é sem a oração e vice-versa, um não é tão eficaz sem o outro, porém nosso maior objetivo nesse simplificado estudo foi abordar especificamente o jejum, sobre a oração  temos muitos estudos e livros dos mais variados autores a nossa disposição, porém sobre o jejum quase não se falam sendo que teve um papel de vital importância na história de Israel e da Igreja.

Como diz em Mateus 17:21: “mas esta casta de demônios não se expulsa senão à força de oração e de jejum”.

Jejum e oração são como irmãs siamesas que não podem nunca se separar, é  a única arma que usamos com total eficácia tanto em defesa como no ataque às hostes espirituais da maldade que incansavelmente investem contra o crente, (Ef. 6:12).

“Sujeitai-vos, pois, a Deus; mas resisti ao Diabo, e ele fugirá de vós”. (Tg. 4:7)

 

BIBLIOGRAFIA

Bíblia Sagrada, edição Revista e corrigida por:

João Ferreira de Almeida,

Bíblia de Estudo Pentecostal  por:

Donald C. Stamps.

Pequena Enciclopédia Bíblica por:

Orlando S. Boyer.

Autor e Elaborador:

Pr Odair Salvador Pafumi Filho.