"Disrupções inevitáveis"
Gênesis 2:24 – Família – Este texto institui, constitui e oficializa o casamento.
Dentre as 423 vezes que a Bíblia menciona a palavra “mãe”, esta é a primeira vez.
E atrelada à primeira menção de “mãe”, há uma promessa desagradável. Ela será “substituída” no momento em que seu filho(a) encontrar um(a) companheiro(a).
Na segunda vez em que a figura de uma mãe aparece, a palavra “dor” a acompanha (Gn 3:16).
Sendo assim, o ministério da “Mãe” se inicia com a expectativa de “abandono e dor”.
A geração atual pode ser a pior geração para aqueles que já são pais, pois estes estão numa distância muito grande de seus filhos em relação à ciência e tecnologia.
Está tudo muito diferente, na minha infância, por exemplo, quaisquer novidades em casa eram trazidas pelos pais, nunca pelos filhos, e hoje é totalmente o contrário.
Além do quê, os pais de agora carecem de aprender muitas coisas com os filhos no que tange aos avanços tecnológicos.
Há uma palavra fora de moda, mas extremamente atual, “Disrupção”, significa ‘interrupção de um processo contínuo’ (Exemplo, quando um condutor elétrico se rompe, ocorre ali uma “disrupção” no fornecimento da energia, mas isso gera faíscas, desperdiça a energia, e pode causar acidentes, inclusive fatais). E nunca houve tanta “disrupção” quanto nos dias atuais.
Exemplos de “disrupções”:
Locadora de filmes (Fita de VHS, DVD) – Netflix (streamings).
Táxi – Uber.
E tantos outros Apps de atendimentos on-line.
O grande problema é que as disrupções, na maioria das vezes são inevitáveis, sendo assim precisam ser enfrentadas.
Muitas instituições se “virtualizarão”, as EADs são exemplos disso.
Na prática uma disrupção faz com que vínculos familiares se enfraqueçam. E é nesse sentido que podemos vivendo a pior época para os pais.
Há um abismo entre os pais e os filhos, na educação escolar, nas leis, e na cultura. Em tempos de Pandemia e de educação por plataformas digitais (home-schooling), muitos pais se viram em “outro planeta”.
No entanto, a Bíblia nunca passará por uma “Disrupção”, pois Ela contém “princípios”, e princípios não podem ser alterados, negligenciados sim (neste caso há consequências), mas mudados não.
Estamos vivendo numa época de muitas disrupções tendo que continuar praticando indelevelmente os princípios Bíblicos, e isso mais do que nunca, causa conflitos.
Os pais atuais se preocupam, e com razão, pelo uso exacerbado dos eletrônicos pelos filhos. Mas os colégios exigem, pra qualquer trabalho, pesquisas na Internet, então, inclusive pra “estudar”, o filho é induzido ao smartphone ou ao computador.
Alguns anos atrás, não muitos, fazia-se pesquisas escolares em Bibliotecas, tirava-se cópias em mimeógrafos, desenhava-se Mapas à mão. Hoje tudo se baseia no Ctrl+C/Ctrl+v. Isto é, “disrupção”. O Google é uma grande disrupção.
Mas nós precisamos encontrar um ponto de equilíbrio, um meio de administrar isso. E se há uma instituição que pode encontrar esse ponto de convergência, é a Igreja. A Igreja pode contar com a Sabedoria do Todo-poderoso. Mesmo que esteja sendo um grande desafio para os pais de hoje, Deus sabia que estaríamos vivendo essa época, e, portanto, teria certamente uma capacidade pra fornecer a esta geração.
A Revista Veja de maio de 2017 publicou uma matéria em que um diretor de Telecomunicações disse que em 10 anos não haverá mais aparelhos de telefones, em 20 anos não haverá mais smartphones, e em um pouco mais, haverá grande probabilidade de que tudo o que nos pertence esteja conectado a nós, inclusive a roupa. Que desafios teremos de enfrentar pela frente?
A igreja precisa se voltar a Oração e a Palavra para que se possa alcançar a sabedoria para administrar tudo isso, a ponto de evitar que haja, por causa da inevitável virtualização, a “disrupção familiar”.
Este tipo de “disrupção” já está acontecendo. Quando ouvimos que a filha conversa com a mãe via Whatsapp, estando ambas dentro da mesma casa, constata-se uma “disrupção”.
Nós precisamos manter os “princípios”, cabe aos pais mantê-los, por quê?
Porque os filhos estão vivendo na época deles, a geração (nossa) dos pais passou.
Não se pode substituir um diálogo por mensagens (emojis, emoticons), se as pessoas estão no mesmo ambiente. Refeições à mesa, por um lanche com amigos.
Hoje parece que o filho está fazendo um favor ao pai, quando lhe manda uma mensagem dizendo onde está. Isto seria mais que a obrigação do filho, e além de avisar onde está, deve antes pedir a permissão aos pais para ir. Porém hoje os filhos apenas vão sem prévia permissão, e depois só avisam. Isso quando não mentem a respeito de sua localização.
Quando dizemos que educamos nossos filhos, estamos nos referindo a quê?
Educa-se um aluno, ele é o educando. A palavra “aluno” significa “trazido a luz”.
A palavra “educar” comprime nela mesma, cinco outras palavras:
Ensinar, edificar, exortar, corrigir, repreender.
Se faltar uma dessas cinco características da educação genuína, logo não está sendo de fato uma “educação”.
Hoje não se pode corrigir a criança, não pode usar caneta vermelha pra corrigir uma prova, não se pode usar caderno de caligrafia, não se pode dar nota (hoje é conceito). Atitudes assim não constituem uma “educação plena”.
Por isso “educar” de verdade é papel insubstituível dos pais.
Não podemos ter medo dizer aos filhos que muitas vezes os “professores” estão errados, por que às vezes o que eles ensinam não têm os mesmos princípios que seguimos e acreditamos.
- Mães reprovada, geram filhos reprovados. Rainhas reprovadas, príncipes reprovados.
Exemplos filhos e mães, respectivamente:
Roboão/Naamá; Absalão/ Maaca; Acazias/ Atalia; Manassés/ Hefzibá; Amom/ Mesulemete; Jeocaz / Amutal
Jeoaquim/ Zebida; Joaquim /Neusta; Zedequias / Hamutai
Esses filhos foram péssimos reis por que foram mal aconselhados por suas mães.
- Mães aprovadas, filhos aprovados.
Exemplos:
Josafá /Azuba; Joás / Zíbia; Jeoacaz / Joadã; Jotão / Jerusa; Ezequias/ Abia; Josias / Jedida
Mulheres sábias, mães de futuros soberanos. Elas honraram esse privilégio e agiram a altura de tal exigência.
A educação é primordial. A mãe geralmente é quem passa mais tempo com filho, mais que o pai. Por isso ela tem maior sensibilidade aos comportamentos dos filhos. Ela percebe quando um filho está mudando de comportamento. Geralmente é a mãe quem presencia um filho falar pela primeira vez uma palavra torpe, é ela que sente os “cheiros” estranhos no filho quando este chega a casa. Ela tem as primeiras impressões, logo, a ela cabe tomar as devidas providências, o que não se pode é ignorar essas mudanças.
Como a mãe quererá que um filho se abra com ela se os diálogos são apenas virtuais e superficiais. Se não se construiu um relacionamento familiar, no momento de um conflito, se revelarão as “disrupções” existentes.
A educação de um filho não depende do professor, do avô ou do pastor. É uma responsabilidade exclusiva dos pais. Mais do que nunca os pais devem atentar para isto. Negligenciar a educação dos filhos trará consequências trágicas.
O pai, como figura masculina, coloca o filho em seu devido lugar, que geralmente tende a prevalecer contra as ‘mães’. Estamos vivendo dias em que o conceito de “autoridade” tem se perdido em meio às “disrupções”. O atual sistema de governo mundial tem tirado, literalmente, a “autoridade” das autoridades.
Professores eram “autoridades” de ensino, nós os respeitávamos. Querem banir também a “autoridade” da polícia, dos juízes. Isto para que cheguem ao ponto que realmente desejam, tirar a “autoridade” dos pais, causando com isso a “disrupção familiar”, com isso os filhos ficarão totalmente a mercê da doutrinação secular.
Sempre que há uma disrupção há prejuízos, riscos, transtornos (cabo elétrico rompido).
O filho tem que receber ensinos que o colocarão no lugar de filho, com seus direitos e deveres.
Vejamos o exemplo maravilhoso de Timóteo. A Bíblia não faz menção de seu “pai”, (II Tm 3:14,15)
Paulo o incentiva a permanecer naquilo em que ele foi instruído. Timóteo foi discípulo, obreiro, e companheiro de Paulo, mas esse mérito era de sua mãe Eunice, e sua avó Lóide. (II Tm 1:5)
Desde sua infância recebeu a instrução das Sagradas letras. E o conselho é para que ele permaneça no que aprendeu, ou seja, nos “princípios”.
Uma fé não fingida passada da irmã Lóide à irmã Eunice, que por sua vez passou ao irmão Timóteo.
Paulo disse que aquelas Sagradas letras poderiam fazer de Timóteo, sábio. É exatamente esta a sabedoria que precisamos para os nossos dias, por que ela nos conduzirá a Salvação.
O conhecer as Sagradas letras é uma coisa, mas ter sabedoria para vivê-las é outra. Há quem A conhece e não aplica, logo, tal conhecimento é vão.
Não há mudança na vida de uma pessoa sem uma prática contínua. A Palavra de Deus não é para se deter no conhecimento, mas para ser praticada.
O príncipe deste mundo é satanás, pois nele jaz o mundo, ele o governa, por isso a Igreja não pode ser igual. Devemos continuar ensinando pela Palavra de Deus a Educação Moral e Cívica Bíblica aos filhos. Nós possuímos o maior Manual de moralidade e civilidade em nossas mãos. Na Bíblia se ensina a respeitar autoridades, honrar pai e mãe, pagar as dívidas, ser bom cidadão. São princípios intransponíveis, não podemos permitir que estas “disrupções morais” atinjam nossa família.
Ensinando os filhos os princípios Bíblicos, isto poderá levá-los a salvação. Que em nossos lares a Bíblia ainda seja uma prioridade.
Não abramos mão dos princípios Bíblicos. A Bíblia ensina sobre autoridade, mas não é autoritária, Nela há leis, mas não são impostas, são propostas.
Que Deus nos dê sabedoria para que não sejamos alvos das “disrupções do presente século”.
Pr Odair Filho